quarta-feira, 30 de maio de 2012

A IGREJA NA PERSPECTIVA DO ESPÍRITO SANTO


Nosso texto é Atos 2: 1-18. Embora muito conhecido nosso, não dispensa uma leitura sua antes de considerar a reflexão que segue.

Ninguém discorda de que o relato de Atos 2 apresenta o nascedouro oficial da Igreja, quando do investimento do Espírito Santo sobre os primeiros servos do Senhor Jesus. A Igreja de Cristo passa a ser vista a partir de então, como comunidade transformadora, libertadora e didática.

Essa visão ainda hoje pode ocorrer por três óticas: Vista pelos de fora, apenas um grupo religioso. Vista pelos de dentro, um ambiente de edificação, ensino e comunhão. Mas, se vista do alto, o que significa?  Então temos as perspectivas do Espírito Santo pelas quais e para as quais a instaurou.

O texto em apreço nos revela o que é imutável e tem que ser, para que a Igreja permaneça Corpo de Cristo, obra divina. Sua essência não pode ser copiada, mas criada por Quem a instaurou. Ele a estabeleceu e a caracterizou. E essas características que são as Suas perspectivas, precisam estar em nós como Corpo, e individualmente, como cristãos, membros desse Corpo.

Vamos a elas:
A Perspectiva da Comunicação

Desde o verso 1 ao 11 ela se evidencia. O “som” do Vento enche toda a casa e as figuras em forma de línguas de fogo, pousaram sobre cada um. Daí, temos um sinal particularmente interessante: a mesma oportunidade e possibilidade de funcionamento para todos, a partir de cada um. E esse Som, passou a traduzir uma VOZ. E essa Voz comunica a cada um, falando no seu íntimo, porque fala a linguagem que cada um pode decodificar conforme sua realidade. É interessante o destaque para o fato de que a mensagem é comunicada e entendida segundo a língua materna do ouvinte, ou seja, na região mais íntima de sua capacidade cognitiva. E o que a Voz comunica? Comunica as maravilhas de Deus, ou seja, que Ele é Maravilhoso!

A Perspectiva da Identificação

Isto pode ser percebido no versos 17 e 18: Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas  servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
É assim que Ele vê o Corpo: formado por filhos e filhas, ou seja, gente que está identificada com o Pai, elevada a uma posição de relacionamento filial, daí meus filhos  e minhas filhas.
Também um Corpo formado por servos e por servas, ou seja, gente identificada com o Filho, que é servo do Pai, e isso aponta para comprometimento, além de identificação, e esse comprometimento fala de serviço, atuação.

A Perspectiva da Comunhão

E por comunhão, também vista no verso 17, devemos pensar na interrelação dos membros do Corpo, na sua interdependência, que faz do Corpo um organismo vivo e possível de eficácia.  Porque a profecia de que se serve o apóstolo Pedro para explicar o que ocorria na instauração da Igreja, a profecia de Joel, apontava um Corpo constituído por velhos e jovens, onde velhos teriam sonhos e jovens seriam habilitados a ter visões, e todos, assim potencializados, profetizariam.  Considerando a natureza da profecia, conforme I Coríntios 14:31, que é instruir (construir por dentro) e encorajar (numa mesma palavra, exortar e consolar), os jovens ficam na dependência dos sonhos espirituais dos maduros na fé, para que os transformem nas visões das possibilidades realizadoras no Reino de Deus. E bem colocado por Ele, sonhos para maduros, e visões para novatos, aos quais pertence a força (Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes). Os maduros podem sonhar, porque os experimentados revêem suas realizações através de sonhos, e tais sonhos que fazem revisão, transferem uma visão amadurecida, fundamentada, aos que vão chegando para visibilizar sua carreira no Reino de Deus em sua geração. Um grupo dependente do outro, e os dois, movidos pelo mesmo Espírito.

Assim foi estabelecida a Igreja, no dia de Pentecostes.

Maduros ou novatos, nós somos a Igreja desta geração, que precisa trazer tais características para ser Igreja, vista e respeitada em sua missão.

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