Eu o vejo em Atos 17: 22-31.
Ele é tão simples como a Graça em
sua revelação.
O crédito da Igreja tem caído na
medida em que ela enfraquece a confissão sobre o seu credo. E essa confissão se
enfraquece na medida em que ela se afasta do seu credo. Hoje, a confissão
evangélica é passível deste questionamento: em que cremos? E como cremos? Se
afirma: creio em Cristo, surge outra questão: como crê, e: em que, de Cristo, crê?
Ah! Estou certo de que podemos ouvir
respostas vergonhosas!
A Igreja de Cristo, como revelada
no livro de Atos dos Apóstolos, estava assentada sobre bases sólidas de sua
confissão, que, como veremos, tinha como centro a ressurreição do seu Senhor. E
a ressurreição era tudo de que ela necessitava. Sua confissão, ou seu credo,
era simples e inteligente, todo preparado para ser vivido no campo da fé.
Confrontado pelos epicureanos e
estóicos, filósofos atenienses, Paulo expõe o credo da Igreja cristã, sobre o
qual pensaremos. Ele o faz para poder
apresentar a base de todo o credo: a ressurreição de Cristo. O credo está
descrito aqui, em Atos 17: 24-30. Vejamos:
1-
O Poder de Deus
Ele O anuncia como o criador do
cosmos e de tudo mais, no verso 24:O
Senhor, dos céus e da terra.
2-
A Natureza de Deus ( a ênfase aponta Sua santidade)
Sua
transcendência às visibilidades arquitetadas e ao reducionismo dos cultuadores;
Sua
transcendência aos atos de barganha dos cultuadores;
Sua ingerência
no curso da história dos homens;
Sua vontade
revelada
3-
O Caráter de Deus
Sua
pertinência na existência humana;
Seu direito
divino;
Sua revelação
aos homens, e aqui ele introduz o argumento central do credo: A ressurreição e
a esperança que dela decorre.
É interessante
salientar que os pontos do credo paulino são apontados para anular e contrariar
o procedimento dos pagãos em suas superstições, mas essas superstições por ele
contrariadas, são vivenciadas hoje e
honradas na confissão evangélica moderna, como a ávida perseguição aos templos
apontados como “casa de Deus”, e barganhas feitas em nome de uma piedade que
não passa de superstição moderna, com o nome de “votos” e práticas cúlticas em
que o cultuador “oferece” a Deus semanas de oração ou equivalentes. Os símbolos
de penitências romanas recebem um verniz mais discreto em alguns arraiais
evangélicos hodiernos, mas continuam presentes sob outra fachada.
Examinando a
história da Igreja em Atos é fácil observar que ela se assentava sobre uma base
referencial sólida: Cristo, que ressuscitou! Como a doutrina, a certeza da
ressurreição permeava e ditava toda a confissão da Igreja! Eles anunciavam
isto! Estavam fascinados! Não se alicerçavam mais na memória dos milagres nem
dela dependiam para sua confissão. Contra 3 anos e meio de milagres e discursos
do Senhor Jesus, eles tinham 40 dias de convívio com o Cristo Ressurreto, que
superaram a experiência de todos aqueles anos, os quais redundaram em medo e fuga! Emergem da visão do
Ressurreto ousados, poderosos e avançam no tempo e espaço contra a própria
vida, em defesa da convicção de que estão tomados. A memória dos milagres
torna-se memorial, mas a constatação da ressurreição se torna esteio
confessional. Lutaram por isso! Deram a
vida por essa verdade! E ela tornou-se a tônica dos discursos de Pedro, vistos
nos relatos de Atos 1:22; 2:32; 3:15; 4:10; 10:40, em lugares e ocasiões
diferentes, mesmo quando sob ameaça das autoridades seculares e religiosas.
Também era
tônica dos discursos de Paulo vistos em Antioquia da Pisídia (Atos 13:33-37);
aqui em Atenas (Atos 17: 31); em Jerusalém, no Sinédrio (Atos 23:6); perante o
rei Agripa (Atos 26:23).
Também
tornou-se o cerne da doutrina de Paulo, e logo da doutrina cristã conforme
lemos em Romanos 10:9 Se com tua boca confessares a Jesus como
Senhor e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo.
A ressurreição
é o centro do credo da Igreja. Aponta para a frente e para o Alto. Demonstra
que supera e substitui a memória dos milagres e se torna a verdadeira fonte
sustentadora da fé, em lugar daqueles, porque se constitui na derrota do medo
da morte cujo poder o diabo detinha.
Deve ser hoje
ainda e sempre nossa convicção e experiência porque nosso Cristo está vivo.
Isto é visto no trato dEle conosco. E na visibilidade da Igreja, Seu corpo, que
O encarna. Se a Igreja confessa o Cristo
Vivo, ela está viva em seu testemunho e missão!
Creio que o
apóstolo Paulo define sua vivência pessoal do seu credo em Filipenses 3:10 e
11, quando diz: ...para O conhecer e o poder da Sua
ressurreição e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua
morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos.
Crer na
ressurreição, carro-chefe de nossa confissão, é ir na contramão de I Coríntios
15:19 – Cremos em Cristo para além desta vida!
Com carinho,
Pr. Cleber
Alho
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