quinta-feira, 18 de abril de 2013

O CREDO PAULINO


Eu o vejo em Atos 17: 22-31.
Ele é tão simples como a Graça em sua revelação.

O crédito da Igreja tem caído na medida em que ela enfraquece a confissão sobre o seu credo. E essa confissão se enfraquece na medida em que ela se afasta do seu credo. Hoje, a confissão evangélica é passível deste questionamento: em que cremos? E como cremos? Se afirma: creio em Cristo, surge outra questão: como crê, e: em que, de Cristo, crê?

Ah! Estou certo de que podemos ouvir respostas vergonhosas!

A Igreja de Cristo, como revelada no livro de Atos dos Apóstolos, estava assentada sobre bases sólidas de sua confissão, que, como veremos, tinha como centro a ressurreição do seu Senhor. E a ressurreição era tudo de que ela necessitava. Sua confissão, ou seu credo, era simples e inteligente, todo preparado para ser vivido no campo da fé.

Confrontado pelos epicureanos e estóicos, filósofos atenienses, Paulo expõe o credo da Igreja cristã, sobre o qual  pensaremos. Ele o faz para poder apresentar a base de todo o credo: a ressurreição de Cristo. O credo está descrito aqui, em Atos 17: 24-30. Vejamos:

1-      O Poder de Deus
Ele O anuncia como o criador do cosmos e de tudo mais, no verso 24:O Senhor, dos céus e da terra.
2-      A Natureza de Deus ( a ênfase aponta Sua santidade)
Sua transcendência às visibilidades arquitetadas e ao reducionismo dos cultuadores;
Sua transcendência aos atos de barganha dos cultuadores;
Sua ingerência no curso da história dos homens;
Sua vontade revelada

3-      O Caráter de Deus
Sua pertinência na existência humana;
Seu direito divino;
Sua revelação aos homens, e aqui ele introduz o argumento central do credo: A ressurreição e a esperança que dela decorre.

É interessante salientar que os pontos do credo paulino são apontados para anular e contrariar o procedimento dos pagãos em suas superstições, mas essas superstições por ele contrariadas,  são vivenciadas hoje e honradas na confissão evangélica moderna, como a ávida perseguição aos templos apontados como “casa de Deus”, e barganhas feitas em nome de uma piedade que não passa de superstição moderna, com o nome de “votos” e práticas cúlticas em que o cultuador “oferece” a Deus semanas de oração ou equivalentes. Os símbolos de penitências romanas recebem um verniz mais discreto em alguns arraiais evangélicos hodiernos, mas continuam presentes sob outra fachada.

Examinando a história da Igreja em Atos é fácil observar que ela se assentava sobre uma base referencial sólida: Cristo, que ressuscitou! Como a doutrina, a certeza da ressurreição permeava e ditava toda a confissão da Igreja! Eles anunciavam isto! Estavam fascinados! Não se alicerçavam mais na memória dos milagres nem dela dependiam para sua confissão. Contra 3 anos e meio de milagres e discursos do Senhor Jesus, eles tinham 40 dias de convívio com o Cristo Ressurreto, que superaram a experiência de todos aqueles anos, os quais  redundaram em medo e fuga! Emergem da visão do Ressurreto ousados, poderosos e avançam no tempo e espaço contra a própria vida, em defesa da convicção de que estão tomados. A memória dos milagres torna-se memorial, mas a constatação da ressurreição se torna esteio confessional.  Lutaram por isso! Deram a vida por essa verdade! E ela tornou-se a tônica dos discursos de Pedro, vistos nos relatos de Atos 1:22; 2:32; 3:15; 4:10; 10:40, em lugares e ocasiões diferentes, mesmo quando sob ameaça das autoridades seculares e religiosas.
Também era tônica dos discursos de Paulo vistos em Antioquia da Pisídia (Atos 13:33-37); aqui em Atenas (Atos 17: 31); em Jerusalém, no Sinédrio (Atos 23:6); perante o rei Agripa (Atos 26:23).
Também tornou-se o cerne da doutrina de Paulo, e logo da doutrina cristã conforme lemos em Romanos 10:9  Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo.

A ressurreição é o centro do credo da Igreja. Aponta para a frente e para o Alto. Demonstra que supera e substitui a memória dos milagres e se torna a verdadeira fonte sustentadora da fé, em lugar daqueles, porque se constitui na derrota do medo da morte cujo poder o diabo detinha.

Deve ser hoje ainda e sempre nossa convicção e experiência porque nosso Cristo está vivo. Isto é visto no trato dEle conosco. E na visibilidade da Igreja, Seu corpo, que O encarna.  Se a Igreja confessa o Cristo Vivo, ela está viva em seu testemunho e missão!

Creio que o apóstolo Paulo define sua vivência pessoal do seu credo em Filipenses 3:10 e 11, quando diz:  ...para O conhecer e o poder da Sua ressurreição e a comunhão dos Seus sofrimentos, conformando-me com Ele na Sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos.

Crer na ressurreição, carro-chefe de nossa confissão, é ir na contramão de I Coríntios 15:19 – Cremos em Cristo para além desta vida!

Com carinho,
Pr. Cleber Alho

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