Nosso texto, para buscarmos o sentido
de advertência dessa pergunta, se encontra em Juízes 16 que narra a história do
herói Sansão, tão conhecido nosso até mesmo pelos apelativos cinematográficos
que oscilaram em torno de sua epopéia.
Mas o que nos cabe nesta história é o
tanto de comum que há entre nós, crentes em Cristo, e o herói, quase antiherói
bíblico.
À parte o fato de ser ele o homem de
Deus mais carnal de já se ouviu falar, dominado por suas paixões e temperamento
explosivo, alguns pontos que o
distinguiam nos pertencem também: ele era impelido pelo Espírito de Deus, como
revelam Juízes 13:25 e 14:6. Nós não o podemos ser menos, conforme disse Jesus
em João 3:8 acerca de todo aquele que é nascido do Espírito. Outro tanto Paulo
afirma em Romanos 8:9 que nós não estamos
sob o domínio da carne, mas do Espírito... Também porque havia uma aliança
entre Sansão e Deus. Mas a semelhança deve acabar aqui, porque o que passa
disso não pode nem deve ser achado em nós. E refiro-me à triste lição que a
história desse antiherói nos passa e que serve como advertência para todos nós.
Alguém fez a cabeça de Sansão, com
seu consentimento. Ou seja, Sansão colocou sua cabeça em lugar indevido: no
colo do inimigo. Isto foi um movimento gradativo, como mostram Juízes 16:13 e
16. Assim, chegou o momento em que entre Sansão e Deus houve uma Dalila. Isto é
sério.
A Bíblia nos diz o que deve ocupar
nossa mente, ou, fazer nossa cabeça: Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a
Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a
mente de vocês em Cristo Jesus.- Filipenses 4: 6-8. Por que? Porque o que
ocupa nossa mente, estabelece nosso vigor, visão e comportamento (resposta). O
motivo, o desejo, cria nossa visão. Basta pensarmos no desejo como nossa força,
motivação, poder.
A visão determina nossa liberdade.
Foi tudo quanto Sansão perdeu.
Começou por perder o poder, conforme Juízes 16:19 expõe: Fazendo-o dormir no seu colo, ela chamou um homem para cortar as sete
tranças do cabelo dele, e assim começou a subjugá-lo. E a sua força o deixou.
E nem se deu conta. Isto também pode ocorrer ao crente, dependendo do que
permitimos que ocupe o nosso pensamento.
Daí a advertência de Paulo: As más
companhias pervertem o bom comportamento. E o resultado sai conforme
adverte Efésios 4:30 : Não entristeçam o
Espírito Santo de Deus... ou, conforme I Tessalonicenses 5:19: Não apaguem o Espírito... O que entrar,
sairá apresentando seus resultados. Jesus disse que a boca fala do que está
cheio o coração, e então cumpre-se outra máxima Sua em que Ele diz que o que
contamina o homem é o que sai por sua boca.
Depois de perder a força, Sansão perdeu a visão. Lembram? Juízes 16:21- Os
filisteus... furaram os seus olhos... Triste! Mas significativo. O inimigo
o cegou. A mente ocupada ou contaminada já é um indício de cegueira.
Satanás usa o mundo e seus conceitos
para cegar. Está escrito: O deus deste
século cegou o entendimento dos incrédulos para que não vejam a luz do
Evangelho – II Coríntios 4:4.
A primeira coisa que esta cegueira faz
é perda de percepção do Evangelho. A cegueira espiritual tira a capacidade de
ver o poder, a autoridade e a santidade da Palavra de Deus. E, como disse
Salomão: Sem visão o povo fica sem freio.
Quem não pode ver, não sabe para onde está indo.
A conseqüência imediata da perda da
visão é a perda da liberdade, como,
na seqüência, mostra o v.21: Prenderam-no
com algemas de bronze, e o puseram a girar um moinho na prisão.
Foi reduzido a um animal de carga e
sob sofrimento. Jesus deixou claro: Vocês
conhecerão a verdade e a verdade os libertará. Paulo afirmou: Vocês foram chamados à liberdade.
Alguém cuja cabeça deitou-se no colo
do inimigo perde, por fim, a liberdade da vida espiritual em Cristo. E pode
existir um crente desprovido da liberdade para a qual foi chamado? Bem, não consigo ver vida de liberdade no
cristão que continuamente se manifesta:
sob
cadeias de culpas;
cadeias
de superstição espiritual;
fobias
do mundo espiritual;
cheio
de enigmas;
escravo
de medo dos demônios e poderes das trevas.
A liberdade de filhos nos faz leves,
soltos, com autoridade, plenos de alegria.
Tudo começa com o lugar onde
reclinamos nossa cabeça. Ou agimos como Sansão, ou como João, que reclinou a
cabeça sobre o peito do Mestre.
Onde você busca descanso, conforto,
prazer? Quais são as preferências de sua comunhão, suas amizades? Quem está fazendo sua cabeça?
Com
um abraço,
Pr.
Cleber Alho
Nenhum comentário:
Postar um comentário