"...
O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs
o coração para buscar o Senhor Deus, o Deus
de seus pais...ouviu o Senhor a Ezequias, e sarou a alma do povo". - II Crônicas 30: 18-20.
Quando
Deus é buscado, descobre-se que Ele é bom. Jesus afirmou isso, dizendo que
Deus é bom. E quando os Seus filhos verdadeiramente O buscam,
entendem por que a Sua Palavra declara a Sua bondade. Tiago disse que dEle
descem " toda boa dádiva e todo dom perfeito". O próprio
Deus afirma: " buscai-Me e vivei" (Amós 5:6). "Buscar-me-eis e me
achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração. E
serei achado de vós..."(Jeremias 29:13 e 14), pois
Deus deixa-Se achar por aqueles que O buscam. E quanta coisa boa acontece à
vida que busca o Senhor!
Descobre-se
que Ele é bom, repetimos. Sua bondade fala de Sua glória
e tal bondade manifestada sobre a vida de um ser humano, enriquece-a de bênçãos
espirituais (Efésios 1:3). A Palavra de Deus afirma
que a bênção do Senhor enriquece e não
acrescenta dores, logo fala não de riqueza material, uma vez que a
mesma Palavra afirma que esta pode redundar em dores (I Timóteo
6: 9 e 10).
Bondade é
um atributo divino previamente ordenado para seguir o crente em cada dia da sua
vida, segundo nos informa Daví no salmo 23:6. A despeito disso, há
tantos que não O buscam!
Jesus é
o Caminho. O crente é levado a encontrar esse caminho que dá
acesso ao Pai para poder usufruir a manifestação particularizada ou individualizada
dessa bondade no seu cotidiano. Somos
lembrados por Jesus de que a bondade e a misericórdia
de Deus vem sobre justos e injustos. Mas na vida do cristão
ela cumpre um compromisso particular conforme lemos no salmo de Daví.
Quando pensamos que a busca do Deus bondoso pode ampliar a nossa consciência
da manifestação dessa bondade, então
o fruto de nossa fé torna-se real, sai do nível
de teoria espiritual para uma experimentação pertinente.
Examinando
de perto a oração do rei Ezequias no texto acima
citado, podemos perceber que o Senhor ouvindo a oração do
rei " sarou a alma do povo". Ora, no contexto fica claro que Deus
sarou a alma de um povo que em dado momento voltou-se para buscar-Lhe a face em
oração. Ao mesmo tempo que isto evidencia que o povo estivera
com a alma enferma, também evidencia que uma das formas de Deus
revelar Sua bondade é ouvir a oração de
quem a Ele se achega.
Mas
penso também que como povo evidenciamos alma enferma enquanto
confundimos a busca de Deus com artefatos cúlticos ou com o próprio
ato de culto. Com isso reduzimos a nada a celebração do buscar a Deus, além
do fato de que determinamos local, forma e tempo para o que chamamos de busca.
Se formas cúlticas substituissem ou constituissem o significado de busca
de Deus, Ele não teria dado ênfase
especial a essa busca no apelo feito em Jeremias 29, aqui lembrado.
São
raros os crentes que se ocupam em separar-se em oração,
numa busca autêntica da manifestação
de Deus em suas vidas. Essa busca não se traduz em orações
litúrgicas nos cultos, nos templos, ou aquelas orações
" de minuta " feitas sôfregamente à hora
das refeições, ou entremeadas de bocejos que testificam de um resto de
dia e resto de tantas outras coisas enquanto a cabeça
desce ao travesseiro. Podemos orar a Deus a favor de outros, de muitos até.
Mas essa oração quando constituir-se numa busca de
Deus, será a busca somente de quem ora, jamais daquele ou daqueles por
quem se ora. A busca é essencialmente individual, ainda que
possa ser vivida numa experiência coletiva.
Paulo
falou no orar sem cessar. Isso derruba qualquer noção de
tempo e local para apontar a um estado de atenção à presença divina no devir da vida diária.
Almas
enfermas não cogitam dessas coisas. Precisam de listas petitórias
escritas ou ditadas pela memória com que reduzem o buscar a Deus
com o fazer encomenda expressa de intervenções transcendentais via a fé
e a fala. Desconhecem os imensuráveis filões de preciosidades na Bíblia
ditos como o refrigério de Sua santa presença.
Jeremias podia dizer: " Comigo está o Senhor", e outro tanto Elias
que afirmava: " Vive o Senhor em cuja presença estou". E tais homens não
proclamavam slogans místicos de propaganda de
espiritualidade espúria, como dizeres em parabrisas de
automóveis. Falavam do que viviam.
Daví
conhecia o segredo da verdadeira saúde espiritual. Ele sabia que a alegria
verdadeira era produzida pela presença de Deus. " Na Tua presença
há abundância de alegria". Outro tanto
disse para a debochada Mical: " Era perante meu Deus que eu me
alegrava". Ele ensinou isso a seu filho que descobriu que " um coração
alegre constitui um bom remédio " (Provérbios
17:22) e o coração, segundo Daví, se
alegra na presença de Deus.
As vidas
que não O buscam estão doentes e nem o sabem. Doentes por
fraqueza na fé, pecado, angústia,
rancor, inveja, ciúmes e tantas desordens outras que
desvanecem quando na presença de Deus.
Buscar a
Deus inclui ocupar-Se com Ele. E a sabedoria recomenda fazê-lo,
trazendo-O em oração
para dentro de nossa ocupação. Também significa deleitar-Se nEle, gozá-Lo.
Isso cura a alma. Foi o que Ezequias pediu, e disso testificou o autor do
segundo livro das crônicas como resposta de Deus à
atitude do Seu servo e do povo de seu tempo.
À
propósito, convém lembrar Isaías
55:6 - " Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está
perto".
"É
tempo de buscar ao Senhor, até que venha e faça
chover justiça sobre a terra".
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