quarta-feira, 2 de setembro de 2015

QUANDO DEUS É BUSCADO




"... O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor Deus, o Deus de seus pais...ouviu o Senhor a Ezequias, e sarou a alma do povo". -  II Crônicas 30: 18-20.

Quando Deus é buscado, descobre-se que Ele é bom. Jesus afirmou isso, dizendo que Deus é bom. E quando os Seus filhos verdadeiramente O buscam, entendem por que a Sua Palavra declara a Sua bondade. Tiago disse que dEle descem " toda boa dádiva e todo dom perfeito". O próprio Deus afirma: " buscai-Me e vivei" (Amós 5:6). "Buscar-me-eis e me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós..."(Jeremias 29:13 e 14), pois Deus deixa-Se achar por aqueles que O buscam. E quanta coisa boa acontece à vida que busca o Senhor!

Descobre-se que Ele é bom, repetimos. Sua bondade fala de Sua glória e tal bondade manifestada sobre a vida de um ser humano, enriquece-a de bênçãos espirituais (Efésios 1:3). A Palavra de Deus afirma que a bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores, logo fala não de riqueza material, uma vez que a mesma Palavra afirma que esta pode redundar em dores (I Timóteo 6: 9 e 10).

Bondade é um atributo divino previamente ordenado para seguir o crente em cada dia da sua vida, segundo nos informa Daví no salmo 23:6. A despeito disso, há tantos que não O buscam!

Jesus é o Caminho. O crente é levado a encontrar esse caminho que dá acesso ao Pai para poder usufruir a manifestação particularizada ou individualizada dessa bondade no seu cotidiano. Somos   lembrados por Jesus de que a bondade e a misericórdia de Deus vem sobre justos e injustos. Mas na vida do cristão ela cumpre um compromisso particular conforme lemos no salmo de Daví. Quando pensamos que a busca do Deus bondoso pode ampliar a nossa consciência da manifestação dessa bondade, então o fruto de nossa fé torna-se real, sai do nível de teoria espiritual para uma experimentação pertinente.

Examinando de perto a oração do rei Ezequias no texto acima citado, podemos perceber que o Senhor ouvindo a oração do rei " sarou a alma do povo". Ora, no contexto fica claro que Deus sarou a alma de um povo que em dado momento voltou-se para buscar-Lhe a face em oração. Ao mesmo tempo que isto evidencia que o povo estivera com a alma enferma, também evidencia que uma das formas de Deus revelar Sua bondade é ouvir a oração de quem a Ele se achega.

Mas penso também que como povo evidenciamos alma enferma enquanto confundimos a busca de Deus com artefatos cúlticos ou com o próprio ato de culto. Com isso reduzimos a nada a celebração do buscar a Deus, além do fato de que determinamos local, forma e tempo para o que chamamos de busca. Se formas cúlticas substituissem ou constituissem o significado de busca de Deus, Ele não teria dado ênfase especial a essa busca no apelo feito em Jeremias 29, aqui lembrado.

São raros os crentes que se ocupam em separar-se em oração, numa busca autêntica da manifestação de Deus em suas vidas. Essa busca não se traduz em orações litúrgicas nos cultos, nos templos, ou aquelas orações " de minuta " feitas sôfregamente à hora das refeições, ou entremeadas de bocejos que testificam de um resto de dia e resto de tantas outras coisas enquanto a cabeça desce ao travesseiro. Podemos orar a Deus a favor de outros, de muitos até. Mas essa oração quando constituir-se numa busca de Deus, será a busca somente de quem ora, jamais daquele ou daqueles por quem se ora. A busca é essencialmente individual, ainda que possa ser vivida numa experiência coletiva.

Paulo falou no orar sem cessar. Isso derruba qualquer noção de tempo e local para apontar a um estado de atenção à presença divina no devir da vida diária.

Almas enfermas não cogitam dessas coisas. Precisam de listas petitórias escritas ou ditadas pela memória com que reduzem o buscar a Deus com o fazer encomenda expressa de intervenções transcendentais via a fé e a fala. Desconhecem os imensuráveis filões de preciosidades na Bíblia ditos como o refrigério de Sua santa presença. Jeremias podia dizer: " Comigo está o Senhor", e outro tanto Elias que afirmava: " Vive o Senhor em cuja presença estou". E tais homens não proclamavam slogans místicos de propaganda de espiritualidade espúria, como dizeres em parabrisas de automóveis. Falavam do que viviam.

Daví conhecia o segredo da verdadeira saúde espiritual. Ele sabia que a alegria verdadeira era produzida pela presença de Deus. " Na Tua presença há abundância de alegria". Outro tanto disse para a debochada Mical: " Era perante meu Deus que eu me alegrava". Ele ensinou isso a seu filho que descobriu que " um coração alegre constitui um bom remédio " (Provérbios 17:22) e o coração, segundo Daví, se alegra na presença de Deus.

As vidas que não O buscam estão doentes e nem o sabem. Doentes por fraqueza na fé, pecado, angústia, rancor, inveja, ciúmes e tantas desordens outras que desvanecem quando na presença de Deus.

Buscar a Deus inclui ocupar-Se com Ele. E a sabedoria recomenda fazê-lo, trazendo-O em oração  para dentro de nossa ocupação. Também significa deleitar-Se nEle, gozá-Lo. Isso cura a alma. Foi o que Ezequias pediu, e disso testificou o autor do segundo livro das crônicas como resposta de Deus à atitude do Seu servo e do povo de seu tempo.

À propósito, convém lembrar Isaías 55:6 - " Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto".

"É tempo de buscar ao Senhor, até que venha e faça chover justiça sobre a terra".

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