Quando
contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as
estrelas que ali firmaste...- Salmo 8:3.
Devemos
olhar os céus? Algumas vezes olhamos o infinito azul a que chamamos céu;
e há alguns que páram para contemplá-lo
a olho nú. De alguma maneira, quando menos embrutecidos, nalgum dia
levantamos nossos olhos para o céu e o contemplamos. À
noite, em regiões interioranas, menos poluídas
pelos refletores luminosos, dificilmente resistimos o contemplar o céu
estrelado. Mas quando o olhamos, o que buscamos? Especialmente se o vemos à
luz do dia, como o espaço azul vazio, o que procuramos nele?
O ser
humano é o único animal para quem o céu
faz sentido. Isso faz parte de sua natureza racional e poética.
Os outros seres, se o olham, é em busca de alimento alado ou se
levantam a cabeça, não é para o céu que
olham, mas para pontos elevados, em busca de alvo ou de apoio.
Se
olhamos os céus, e então o
plural se faz pertinente, o que temos lá?
Para o
autor do do salmo 73:25, só Deus. Ele disse ter seu Deus lá.
Temos
alguma esperança lá? Alguém? Entes queridos? Pensamos nos que
nos precederam na partida? Cremos que voltaremos a encontrá-los?
Se tal esperança povoa nossa fé,
temos mais razões para contemplar os céus.
Mas são
os céus uma realidade pretendida? Uma necessidade existencial?
Uma utopia religiosa ou uma certeza?
1- A
Revelação de Deus em Sua Palavra nos afirma que é
uma realidade. Jesus veio de lá: pois descí dos céus,
Ele afirmou (João 6:38).
2- É
uma necessidade existencial. A vida terrena não pode acabar num vapor. Os
investimentos de todo um sistema e da vida humana singular são
a fundo perdido e ultrapassam em muito a própria história
pessoal. Atravessam e afetam as histórias coletivas, gerações
e civilizações posteriores, para serem tão transitórias e
terminais.
3- Seria
uma utopia religiosa? Então seríamos os mais miseráveis
de todo os seres e não teríamos explicação
consciente e plausível para a expectativa da alma humana
quanto à eternidade: ...também pôs no
coração do homem o anseio pela eternidade... (Eclesiastes
3:11). É verdade que a grande maioria tenta sufocar e compensar esse
anseio temporalmente, mas a esses se refere o apóstolo Paulo como sendo os que não
têm esperança.
Talvez
por beberem em fontes indevidas. Pouca gente se apercebe de que os céus
nas religiões pagãs beira ao ridículo,
enquanto na fé cristã ele é descrito com propriedade,
racionalidade e é concebível ao entendimento e compreensão
humanos.
4- O céu
é uma certeza. Jesus a afirmou quando disse: na casa de meu Pai há
muitas moradas. Também o Espírito de Deus testifica conosco quanto
a essa certeza de que a Bíblia fala com clareza.
O que
temos aqui que nos move a olhar os céus?
Uma vida
passageira, mas tão complexa que reclama continuidade;
Uma vida
sofrível e apenas vagamente compensadora, que reclama, por
conseguinte, satisfação ou compensação;
Uma contínua
busca por completude;
Afora
dores, frustrações que chegam à
perplexidade. Tudo isso combinado nos impulsiona a olhar os céus
ou pensar neles.
E o que
podemos ver ali?
Temos
visões espirituais, via a Promessa divina: A nossa cidade está
nos céus, de onde esperamos ansiosamente o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo - (Filipenses 3:20); Então
vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu
e a primeira terra tinham passado; e o mar já não
existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus,
da parte de Deus preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma
forte voz que vinha do trono e dizia: Agora o tabernáculo
de Deus está com os homens, com os quais ele viverá.
Eles serão os seus povos; o próprio
Deus estará com eles e será
o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima.
Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro,
nem dor, pois a antiga ordem já passou- (Apocalipse 21:1-4); Então
o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal,
fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal
da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze
vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvore
servem para a cura das nações. Já não
haverá maldição
nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na
cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão
a sua face, e o seu nome estará em suas testas. Não
haverá mais noite. Eles não
precisarão de luz de candeia, nem da luz do
sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão
para todo o sempre - (Apocalipse 22:1-5).
O céu
é o superlativo ou coroação da existência
humana na terra, pois é a eterna habitação
com Cristo, o Cordeiro de Deus.
É
esperança certa e segura. Os salmistas decantam-no: Os céus
louvam as Tuas maravilhas, Senhor, e a Tua fidelidade na assembléia
dos santos. Pois quem nos céus poderá
comparar-se ao Senhor? Quem dentre os seres celestiais assemelha-se ao Senhor? (Salmo
89:5,6); Os céus proclamam a Sua justiça...(Salmo
97:6); Os céus declaram a glória
de Deus...(Salmo 19:1).
Paulo
aludiu a ele: Conheço um homem em Cristo que há
catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não
sei; Deus o sabe. E sei que esse homem- se no corpo ou fora do corpo, não
sei, mas Deus o sabe- foi arrebatado ao Paraíso e
ouviu coisas indizíveis, coisas que ao homem não
é lícito falar - (II Coríntios
12:2-4).
Jesus
prometeu o céu aos que nEle crêem
- Não se turbe o coração
de vocês. Creiam em Deus; creiam também
em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não
fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes
preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês
estejam onde eu estiver. - (João 14:1-2); Pai, quero que os que me
deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória,
a glória que me deste porque me amaste antes da criação
do mundo - (João 17:24).
Nosso
coração aguarda o céu, e isso sintomatiza que nascemos do
Alto, conforme registra João 3:3.
Jesus
garante o céu a todo o que nEle crê: Eu sou a ressurreição
e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá;
e quem vive e crê em mim não
morrerá eternamente... -( João
11:25,26); As minhas ovelhas ouvem a
minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a
vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as
poderá arrancar da minha mão
- (João 10:27,28). Amem.
Pr.
Cleber Alho.
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