sexta-feira, 3 de agosto de 2012

QUE SEJA APENAS ELE!


Hoje, se eu fosse procurar ouvir uma palavra para minha fé, gostaria de ouvir o que me vem como fruto desta meditação que segue.
Apenas desejo compartilhar com você uma meditação objetiva sobre os textos dos salmos 127, começando no verso 1 e indo até o salmo 128, verso 2:
Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama. Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal. Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero.
Tem muito ou tudo a ver com nossa luta por crer e realizar, e viver dentro desse binômio: quando sou eu, ou é Ele o realizador do meu devir.
Eu penso nesse texto sob um tema: QUE SEJA APENAS ELE! E penso nele como sendo o convite que Deus sempre vem fazendo aos Seus filhos, da primeira à última página da Bíblia para viverem esse binômio inegociável no exercício da fé: confiança e dependência.
            Penso que esse é todo o dilema da alma humana. É o grande desafio à fé no coração crente.
            Este apelo me sugere neste texto evidenciar-se em três níveis onde o humano e o divino se esbatem: ansiedade, dependência e refrigério.
Vamos pensar no primeiro nível: ansiedade. Quanto ao texto, ela pode ser vista na busca intensa por se dar visibilidade à fé. Onde está Deus? Como Ele vai fazer? Em que posso ajudar?  A expressão que dá a ela significado para nós é: Se não for o Senhor... Essa expressão admite tal possibilidade, do realizar não ser pelo Senhor ou não ser o Senhor realizando. E de que trata esse realizar? Construir, preservar, adquirir ou conquistar ou subsistir.
            É possível tudo isso sem o Senhor. Mesmo na vida do crente, a cujo respeito se diz: “Nele vivemos, movemos e existimos”, ou ainda: “Se vivemos, para o Senhor vivemos”.  Mas o texto sentencia: sem o Senhor, inútil será!   Como?  Será que as pessoas não realizam nem se realizam? Sim! No entanto o resultado pode trazer o gosto amargo dos erros, percalços e seus desgastes conseqüentes, que geram ansiedade e encurtam a vida, privando-a de usufruir a conquista em sua plenitude.  É o grande fardo da ansiedade do ter que dar conta, de ser a própria garantia, garantir-se.
            A observação da vida me tem levado a ver muitos crentes, mesmo homens de Deus naufragarem nesse mar. Isso destrói. Apresenta por fim respostas inúteis: canseira e enfado. O homem morre na ansiedade. Por isso mesmo contra ela somos advertidos por Cristo, Paulo e Pedro. Lembram? “Não fiquem ansiosos”; “não andem ansiosos”; “lancem sobre Ele toda a sua ansiedade”.
Contrariando tudo isso vem o segundo nível: dependência.
É a proposta de Deus, que fica subentendida na antítese da mesma expressão: Se não for o Senhor...para que a entendamos como sendo: Tem que ser o Senhor! E isso fala também da possibilidade, que mais que isso, é a proposta divina.
            Na verdade, é o Senhor na vida do crente, apesar do crente.
            Dependência é realidade possível. É toda da dimensão da fé que vê o invisível.
            A Revelação de Deus está plena de seus exemplos: na vida de Moisés, de Josué, Josafá, Pedro, Paulo... e provavelmente você pode dar-se conta de várias ocorrências na carreira de sua própria vida, olhando um pouco para trás agora.
            O texto afirma que Ele é Deus para construir, preservar, prover.
            Se eu não pudesse crer nisso, e não pudesse comprovar a plena verdade disso, não realizaria nem o princípio do ministério para o qual o Senhor me chamou por Sua Graça. Vejo esse milagre se repetir a cada vez que abro a Bíblia diante de alguém ou alguns. Quando saio e quando retorno. Quando falo e quando ouço.  Glória ao Seu Nome!
            É quando Deus tem o direito inquestionável de ser Deus na vida do crente: sem magia nem superstição. Para fazer e deixar de fazer.  Exatamente no deslocamento racional da fé que admite que os valores, insumos, capacidades inerentes ao vaso humano vêm dEle e subsistem nEle.
            É algo próximo à linguagem de Paulo em II Coríntios 3:5 – Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos...
            É o testemunho que a respeito dEle o mesmo Paulo dá em I Tessalonicenses 5:24: Fiel é o que os chama, o qual também fará!
            Essa dependência se traduz em ser ovelha; vaso preenchido; filho, acima de tudo. E qual é o resultado dessa dimensão de fé? Então nos deparamos com o terceiro nível: refrigério.
            É a bênção prometida e indispensável à sobrevivência da fé. Ação pastoral na alma, conforme lemos no salmo 23: Refrigera a minha alma.  É o lugar espaçoso que a fé alcança segundo a mensagem do salmista no salmo 66:12 : ...mas a um lugar espaçoso nos trouxeste. Num contexto de pós-provação.
            É disso que fala o final do verso 2 do salmo 127 e o texto seguinte, do salmo 128 nos versos 1 e 2:  ...o Senhor concede o sono àqueles  a quem Ele ama; Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero. Evidente que a mensagem informa: o trabalho que é feito no temor do Senhor.
            Refrigério é o inverso da ansiedade.
            Isto não significa que estamos isentos da ansiedade, mas significa que temos um socorro à mão, uma válvula de escape quando ela se avoluma e deixa a mente sob atonicidade. E onde essa válvula de escape pode ser encontrada?  Na Sua presença: o homem de Deus viveu isso e nos traduziu sua experiência em salmo 16:11 – Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.  Mas ele também nos apresenta o contexto da promessa, no verso 5 do mesmo salmo:  Senhor, Tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro.
            Fica de fora a pretensão de bênção divina sobre escolhas mal feitas ou comprometidas com o egoísmo, ou ainda aquelas vias do labor que não atendem à moral divina.
            A promessa é refrigério mesmo para enfrentar o que virá, como experimentou Jesus no Getsêmani! E os homens de Deus nos atestam isso. A dependência consciente é o fiel da balança entre a ansiedade e o refrigério. E somos por Ele convidados a isso: ...No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor ( Isaías 30:15). Senhor, tu estabeleces a paz para nós; tudo o que alcançamos, fizeste-o para nós ( Isaías 26:12).
            Penso que a forma exata de termos convicção de que é o Senhor, está na certeza de haver descanso, conforme ensinou o apóstolo: Seja a paz de Cristo o árbitro no coração de vocês.
            Desarme-se e confie!
            Com carinho,

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O MISTÉRIO ORAÇÃO

Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará. E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem. Vocês orem assim:
            Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amem. Mateus 6: 6-11.

A oração é um mistério. Por isso é mística. Mas não deve ser mítica. Ela se torna mítica quando vira reza, um mantra escrito, onde as palavras adquirem poder para o recitador, ou mesmo o ambiente do seu registro, como a folha em que o texto está.
Talvez por conta do seu misterioso caráter a oração seja vivida ou praticada com tantas distorções e tão pobremente.
Ela não é patrimônio do cristianismo e nem foi inventada pelo judaísmo. Todos os povos da antiguidade praticavam a oração a seus deuses e maioria das vezes através de rituais sacrificiais.
O Cristianismo bíblico foi quem posicionou a oração com objetividade e intensificou sua transcendência, porque o judaísmo, através de seus rituais e sacrifícios, dava visibilidade à oração ao mesmo tempo em que punha um alto senso de distanciamento entre quem orava e Deus, mas o Cristianismo isolou a oração de tudo isso, elevando-a e colocando-a num terreno onde somente os olhos da fé podem enxergar, criando aproximação entre o adorador e seu Deus.
Mas prevalece o seu caráter misterioso.
Quero destacar alguns pontos que sustentam isso:
1-       Jesus, na oração modelo, a circunscreve à Pessoa de Deus, na qualidade de Pai: Pai nosso que estás nos céus...
- Ficam de fora outros agentes, como anjos, santos, etc, e outras categoriais relacionais: mãe, irmão, espíritos, etc. É o suplicante como filho diante do seu Deus, como Pai, sem intermediários.
2- Jesus a coloca sob condicionamento e dependência: Tudo o que pedirem ao Pai em Meu Nome, Ele atenderá... Jo. 16: 23 e 15:16.
3- E o mistério começa:
- O que pedir?
O pão nosso, de hoje, para hoje (provisão);
      O perdão ( canais abertos, paz );
      O livramento (proteção) do Mal.
- Mas, sob critérios:
      Mt. 6:6  - Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará (intimismo pessoal);
Mt. 6:7 -  E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos (sem repetições);
Mt. 6:8 -  Não sejam iguais a eles, porque o seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem (consciente de que o Pai que ouve sabe da razão da petição, antes que ela seja verbalizada).
Ora, se associamos esta informação a outras paralelas como:
- Isaías 65:24 – Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei.
- Romanos 8:26 – Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
- Efésios 3:20  - Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos...
Resta uma lógica: Por que orar, ou para quê orar, diante de tais afirmações?
No entanto, somos instados a orar.
Primeiro por Jesus: Vocês orarão assim... Depois, temos o apóstolo Paulo nos exortando em I Ts. 5:17 a orar sem cessar e ainda há todo um contexto de narrativa bíblica de homens e mulheres com intensa vida de oração, fora os muitos relatos de atos divinos ocorrendo em resposta direta à oração do crente, ora operando fenômenos, ora alterando decisões por Ele previamente anunciadas como nas histórias de Josué e do rei Ezequias. Ainda temos, dentre tantas, a exortação de Tiago a orarmos uns pelos outros.
Não podemos deixar de considerar o fato de que a Bíblia registra várias intervenções divinas na história pessoal de alguns personagens, onde situações ocorreram sem exercício de petição alguma, como a reversão da esterilidade da mulher de Manoá, a mãe de Sansão. Também incontáveis vezes Deus interveio a favor de alguém em resposta à intercessão de outrem: A Igreja a favor de  Pedro; A Sulamita, por Eliseu; a viúva de Sarepta, por Elias, etc. O próprio Senhor Jesus orava ao Pai para que algumas coisas ocorressem, ora de forma explícita, como na ressurreição de Lázaro, ou na interferência a favor de Pedro num momento de tentação, ou dando graças, como na última ceia; ora de forma implícita, apenas elevando os olhos aos céus... ou no Getsêmani, com perseverança!
E então ficamos entre duas frentes que parecem contraditórias: Deus ouvindo orações que Ele bem pode dispensar, e Deus exigindo orações que Ele pode tanto atender, quanto não atender.
E eis aí o mistério!
O que estaria por detrás de tudo isso para que a oração possa ser uma realidade experiencial na vida cristã, sem resvalarmos para os tropeços, os laços de uma racionalidade desdenhosa?
Bem, entendo que há algum ensinamento que, se não esclarece o mistério, torna-o inteligível para a fé: Somos informados em Romanos 8:26,27 e 34 e em Hebreus 7:25 que nossas orações são como que filtradas pelo que as Escrituras chamam de intercessão pessoal do Espírito Santo e do próprio Senhor Jesus.
À luz disso, entendemos que o tudo o que pedirem ao Pai em Meu Nome... deixa de ser uma fórmula, para, associada à verdade de que o Espírito Santo habita no interior do crente em Jesus, passa a ser um estado, uma essência. Também entendemos porque nem tudo o que dizemos em oração é atendido e isso está atrelado ao Seja feita a Tua vontade na terra assim como é feita nos Céus...
Mas ainda fica a questão: Por que o crente deve orar sem cessar?
Por sem cessar é bom que entendamos algo que extrapola tempo, lugar e forma, como Jesus ensinou em João 4, sobre a adoração. E então, à luz de João 4: 23 e 24, podemos entender que o que Deus deseja e pretende através de nosso exercício espiritual de oração, é nossa presença, aproximação pessoal como adoradores, e isso tanto explica Mateus 6:6, quanto Hebreus 10: 19-22, que diz: Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e tendo os nossos corpos lavados com água pura.
Entendo, por fim, que o mistério da oração se resume em nossa confissão de dependência divina, como fica tão patente na experiência do Senhor em oração no Getsêmani, conforme Marcos 14:36: ...Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres.
Também é nosso exercício de aproximação adoradora, como ouvimos no ensino de Jesus à Samaritana.
E então penso naqueles que pouco oram e se enfadam rápido dos momentos de oração, porque para a grande e esmagadora maioria a oração  é um exercício petitório, que por maior que seja sua ambição, se resume nisso, e fica pobre e vazia. Por mais que se tenha o que pedir, nem os mendigos de rua o fazem sem cessar. Mas ela se torna ampla e sem cessar se for vista como veículo de aproximação entre partes, canal aberto de comunhão, vivência de filhos com seu Pai, como um respirar.

                        Pr. Cleber Alho

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A IGREJA NA PERSPECTIVA DO ESPÍRITO SANTO


Nosso texto é Atos 2: 1-18. Embora muito conhecido nosso, não dispensa uma leitura sua antes de considerar a reflexão que segue.

Ninguém discorda de que o relato de Atos 2 apresenta o nascedouro oficial da Igreja, quando do investimento do Espírito Santo sobre os primeiros servos do Senhor Jesus. A Igreja de Cristo passa a ser vista a partir de então, como comunidade transformadora, libertadora e didática.

Essa visão ainda hoje pode ocorrer por três óticas: Vista pelos de fora, apenas um grupo religioso. Vista pelos de dentro, um ambiente de edificação, ensino e comunhão. Mas, se vista do alto, o que significa?  Então temos as perspectivas do Espírito Santo pelas quais e para as quais a instaurou.

O texto em apreço nos revela o que é imutável e tem que ser, para que a Igreja permaneça Corpo de Cristo, obra divina. Sua essência não pode ser copiada, mas criada por Quem a instaurou. Ele a estabeleceu e a caracterizou. E essas características que são as Suas perspectivas, precisam estar em nós como Corpo, e individualmente, como cristãos, membros desse Corpo.

Vamos a elas:
A Perspectiva da Comunicação

Desde o verso 1 ao 11 ela se evidencia. O “som” do Vento enche toda a casa e as figuras em forma de línguas de fogo, pousaram sobre cada um. Daí, temos um sinal particularmente interessante: a mesma oportunidade e possibilidade de funcionamento para todos, a partir de cada um. E esse Som, passou a traduzir uma VOZ. E essa Voz comunica a cada um, falando no seu íntimo, porque fala a linguagem que cada um pode decodificar conforme sua realidade. É interessante o destaque para o fato de que a mensagem é comunicada e entendida segundo a língua materna do ouvinte, ou seja, na região mais íntima de sua capacidade cognitiva. E o que a Voz comunica? Comunica as maravilhas de Deus, ou seja, que Ele é Maravilhoso!

A Perspectiva da Identificação

Isto pode ser percebido no versos 17 e 18: Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas  servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
É assim que Ele vê o Corpo: formado por filhos e filhas, ou seja, gente que está identificada com o Pai, elevada a uma posição de relacionamento filial, daí meus filhos  e minhas filhas.
Também um Corpo formado por servos e por servas, ou seja, gente identificada com o Filho, que é servo do Pai, e isso aponta para comprometimento, além de identificação, e esse comprometimento fala de serviço, atuação.

A Perspectiva da Comunhão

E por comunhão, também vista no verso 17, devemos pensar na interrelação dos membros do Corpo, na sua interdependência, que faz do Corpo um organismo vivo e possível de eficácia.  Porque a profecia de que se serve o apóstolo Pedro para explicar o que ocorria na instauração da Igreja, a profecia de Joel, apontava um Corpo constituído por velhos e jovens, onde velhos teriam sonhos e jovens seriam habilitados a ter visões, e todos, assim potencializados, profetizariam.  Considerando a natureza da profecia, conforme I Coríntios 14:31, que é instruir (construir por dentro) e encorajar (numa mesma palavra, exortar e consolar), os jovens ficam na dependência dos sonhos espirituais dos maduros na fé, para que os transformem nas visões das possibilidades realizadoras no Reino de Deus. E bem colocado por Ele, sonhos para maduros, e visões para novatos, aos quais pertence a força (Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes). Os maduros podem sonhar, porque os experimentados revêem suas realizações através de sonhos, e tais sonhos que fazem revisão, transferem uma visão amadurecida, fundamentada, aos que vão chegando para visibilizar sua carreira no Reino de Deus em sua geração. Um grupo dependente do outro, e os dois, movidos pelo mesmo Espírito.

Assim foi estabelecida a Igreja, no dia de Pentecostes.

Maduros ou novatos, nós somos a Igreja desta geração, que precisa trazer tais características para ser Igreja, vista e respeitada em sua missão.

quinta-feira, 29 de março de 2012

OBEDECER: UMA QUESTÃO DE FÉ


De novo os israelitas fizeram o que o Senhor reprova, e durante sete anos ele os entregou nas mãos dos midianintas. Os midianitas dominaram Israel; por isso os israelitas fizeram para si esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas. Sempre que os israelitas faziam as suas plantações, os midianitas, os amalequitas e outros povos da região a leste deles as invadiam... Por causa de Mídiã, Israel empobreceu tanto que os israelitas clamaram por socorro ao Senhor. Quando os israelitas clamaram ao SENHOR por causa de Mídiã, ele lhes enviou um profeta...
Ah, Senhor, Gideão respondeu, se o Senhor está conosco, por que aconteceu tudo isso? Onde estão todas as suas maravilhas que os nossos pais nos contam quando dizem: Não foi o Senhor que nos tirou do Egito? Mas agora o Senhor nos abandonou e nos entregou nas mãos de Mídiã.   - Juízes 6: 1- 17.

A história de Israel  ao tempo dos juízes, e mais específicamente nos dias de Gideão, serve como pano de fundo a uma reflexão de nossa caminhada com Deus, dentro dos limites da possessão espiritual a que Ele nos trouxe em Cristo Jesus.  Refiro-me a um específico fator como a desobediência a Deus durante a caminhada que carreou uma mudança do curso dessa caminhada. Em nossa jornada cristã, de igual forma a desobediência provoca mudanças de curso que se assemelham às que acometeram aos israelitas:
                        - Favorece o acesso do inimigo (com consentimento divino), conforme narra o versículo 1. Por acesso ao inimigo, longe de nós pretender como querem alguns desavisados que o crente fica sob opressão maligna. Antes significa ficar sem forças, sob ataques (tentações que resultam em estados confusionais para a fé) e com perdas visíveis de posição nos lugares espirituais. Alguns há que chegam ao extremo de desviar-se do Caminho, perder o rumo;
                        - Gera o desencontro dos sonhos (a busca desordenada por alcançar projetos pessoais dissociados da vontade divina), conforme mostra o versículo 2.  Da mesma forma como os israelitas canalizaram esforços para lugar nenhum, cavando covas nos montes, buscando cavernas e fortificações pensando nelas alcançar livramento do algoz, o crente em desobediência franca, se desarticula, perde o rumo, supersticiona sua confissão, porque banaliza sua relação com Deus trazendo-a a um nível desesperado de pensar ouvir a voz divina em coisas ou situações ou pessoas que não pela via da Palavra proclamada, ou pela via da conscientização de pecado, conforme Saul a quem Deus não respondia mais nem por Urim ou Tumin. É quando vemos o crente magiciando sua fé, atrás de sinais e maravilhas e de homens “sinaleiros” e “portentosos” que lhes sirvam de guia espiritual.
            Tal como aconteceu a Israel, o resultado de tudo isso é debilidade e perda de garantias espirituais (v.6). É interessante observar que Israel representado na pessoa de Gideão, queixa suas misérias a Deus, como se Deus fosse culpado delas. Mesmo tendo ouvido a voz profética que lhes apontava o pecado como causa de seus desatinos.
            Pasmo em perceber que hoje o crente estabelece uma relação com Deus de conveniência onde parece que no espírito da Aliança ele não toma outra parte senão a do beneficiado a quem o Senhor deve servir, atender, como se lhe devesse favores divinos. A consciência de obediência, de observar a vida e a carreira da vida pelas vias do Evangelho, de separação do comum e do imundo, ou seja o risco da desobediência, ou o temor quanto à desobediência, parecem valores inexistentes, porque não haveria lugar para desobediência no atual estado de comunhão com Deus, logo, também não haveria conseqüências no mundo espiritual como fruto da desobediência. Ledo engano.
Antes, a Palavra de Deus grita, desde Moisés a Jesus, passando por João, Paulo e Hebreus, quanto à imperiosa necessidade de obedecermos o Evangelho de Cristo nos Seus propósitos e valores, nos compromissos a serem observados, no zelo e na busca por andar de conformidade com o Evangelho de Cristo. Somos conclamados à obediência que vem pela fé (Romanos 1:5), advertidos de que o próprio Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio do que padeceu ( Hebreus 5:8).
            Tal como o mundo está dividido entre os que obedecem ao Evangelho e os que não o obedecem, a vida cristã também está marcada pela caminhada dos que obedecem e dos que desobedecem. Quero salientar que há sensível diferença entre não obedecer, que é o caso dos incrédulos, e o desobedecer, que é caso de muitos cristãos, como aconteceu ao Israel antigo.
            A cura para a desobediência começa quando o crente se volta para Deus, e só o faz quando reconhece seu erro e busca nEle socorro, conforme experienciou Israel (Juízes 6:6). É do âmbito da recomendação do sábio quando diz em Provérbios 3: 6 – Reconhece-O em todos os teus caminhos...
            Ao movimento em direção ao acerto, corre Deus e vira o quadro, como o restante do texto de Juízes 6 nos faz ver, pois opera livramento, e por vias inconfundivelmente divinas, porquanto além dos limites humanos. Deus levantou o mais fraco e o menor, para atender ao povo que resolveu voltar à obediência, e operou proezas segundo a Sua suficiência e Graça, como sempre Lhe foi próprio fazer. Mas é importante enfatizar que assim como Deus Se manifestou a Gideão dizendo: “O Senhor é contigo”... no contexto em que ele e seu povo estavam em desobediência, as consequências do desobedecer não significam que somos abandonados por Deus. Equivocou-se Gideão ao acusar Deus de abandono. Não. Pelo contrário, as conseqüências  servem para indicar que  é exatamente Ele Quem está no meio do caos, operando as vias de nosso acerto, através de processos disciplinadores.
            Por isso, importa lembrar sempre a máxima de Samuel, profeta: Obedecer é melhor do que sacrificar... I Samuel 15:22.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O SOM MAVIOSO DAS TARDES DE SOL

    Uma bênção pouco comum de se viver numa cidadela interiorana consiste na possibilidade de ouvir o som das tardes ensolaradas. A distância do mundo conturbado de fáceis acessibilidades é compensada pela proximidade do som que os ruídos mecânicos,  indefinidos e ríspidos sufocam. E esse som invariavelmente é resultado da mescla de miríades de pipilos, gorjeios, sibilos das aves e do passar do vento pela copa das árvores de onde procedem.
    Ouvir o som das tardes é uma experiência única para a qual é preciso também ter ouvidos. Não para captar uma mensagem que se decodifica em símbolos e se traduz inteligivelmente. Não. Apenas para ouvir, como quem absorve os acordes de uma orquestra afinada.
    Para quem passa às vezes o dia inteiro ouvindo a voz dos homens, num discorrer interminável, codificado e cheio de significativos sobre problemas, intenções e afetações interrelacionais, ouvir o som sem palavras das canções aladas é como um bálsamo que refrigera cada partícula física do cérebro e as entranhas da alma. Lava a mente e o coração.
    Penso no que disse o apóstolo: “Há muitas vozes no mundo...” e isso me leva outro tanto a pensar no fato das muitas vozes que pretendem falar a Deus. De que falam? Problemas, intenções, afetações, petições, queixas, blasfêmias e até louvores. Estes, em geral metódicos, ditados por letra e música que o louvador terceiriza. Também as vozes que falam entre os homens os sons das ofensas e das fúrias da vida, chegam aos ouvidos divinos. Sobre esses sons com palavras paira a mensagem que diz: “Por tuas palavras serás julgado e por elas serás condenado”.
    Penso que os ouvidos de Deus Se abençoam quando lhes chega o som da adoração. Algo que Lhe deve soar como os trinados dos pássaros nas tardes de sol. Nada pedem; nada dizem. Apenas emitem beleza. A adoração deve ser assim: sem letra para pedir ou dizer; apenas um som da alma que se refastela de vida e regurgita em beleza sua gratidão admirada.
    Creio ser esse o som de que Deus Se agrada, ou de que mais Se agrada. É mais que louvor que sempre dita alguma coisa, por vezes inconvenientemente.
    Quando ouço o som das tardes, ruídos que disputam as notas mais elevadas, onde vários muito soam e ninguém faz mais que comunicar  beleza inerente e espontânea, sinto-me devedor de adoração Àquele que é o Único Digno a Quem cabe o cântico sem letra, expressão da alma que sem nada dizer, canta, e transmite o ruído que encanta porque fruto de sua admiração.
    Por que canta o som da tarde? Porque a tarde é bela, eivada de promessas. É profecia que proclama mais um dia que entra na plenitude; anuncia uma noite de repouso conquistado e aprovisiona a esperança de um novo amanhecer. Isso não se diz em palavras, mas com o doce barulho da gratidão adoradora. E quem o produz? Seres que não entendem, nem pensam. Apenas percebem e usufruem.
    São bem recebidos assim. “... o Pai cuida dos passarinhos...”
    Mas nós, homens que mais valemos, e tanto queremos entender e achamos que entendemos conforme nossas pretensões, o que cantamos? Por que cantamos? E como adoramos? Que sons emitimos a Deus?

                    Pr. Cleber Alho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ONDE ESTÁ O SEU VAU DE JABOQUE ?

     Precisamos reaprender com Jacó e Davi a ter um tempo só de Deus onde nada nem ninguém possa entrar.
    Emerjo de um tempo em que os homens e mulheres de Deus se separavam em dias de jejum e oração, pedindo e buscando, o quê? : Mais de Ti, Senhor, e esqueciam a mesa, o banco e os seus.
    Nesta geração, sinto-me contemplado por um Deus saudoso daqueles que se reservavam para Ele, numa separação tal, que nem os mais chegados se atreviam a concorrer.
    Hoje, estamos distraídos demais; divertidos demais; fascinados demais para termos visões de Deus e com Deus. Alguns perderam o endereço do Jaboque. Estremeço só em pensar em quem possa, ao ler estas linhas, indagar: O que significa vau de Jaboque?
    Os que parecem cobiçar espiritualmente, hoje, não ultrapassam a busca pelo estrelismo secular da fé, maioria das vezes.
    Os baluartes se esvaem; as cores empalidecem, e os metafísicos da teologia são nossos grandes referenciais, se tanto.
    Ou os temos nos palcos do fenomenalismo que agride a inteligência, o bom senso e até a decência; ou os temos discutindo a política secular com a pretensão de serem reedição de Elias em seu tempo. Ou ainda, discutem política denominacional com pretensão profética.
    Mas onde estou eu, em meio a tanta palidez? O que me atrai; o que me seduz? Acaso permiti que minha confissão na modernidade reputasse o Jaboque da separação consciente para estar com Ele, por fundamentalismo pietista? E então descansei no crescimento de minha racionalidade? Ousei pretender que não tenho as culpas contraídas por Jacó contra Esaú? Ousei pretender que não preciso me refugiar nEle vez em quando, exclusivamente, como se me bastasse a mim mesmo?
    Qual a grande chama de minha fé, e para onde corre minha paixão por Deus?
    O que se infiltrou no meu vau de Jaboque e se interpôs entre mim e Ele? O que entrou ali e se tornou a causa mesma da busca, outra, que O substituiu a Ele e ao tempo e contato com Ele somente?
    O que, quem e quantos deixei que invadissem o meu Jaboque? Será que assumi a pretensão de que Deus é Quem deve entrar no Jaboque para me achar?
    Para onde foi o meu Jaboque, ou qual é ele, em que eu o viva nesta geração?

Resta suplicar:
    Faze-me voltar, Senhor!
    Que somos, perante Ti?
    A Igreja desta geração?
    A ela, cabe a oração sentida de Asafe no salmo 80, e me incluo no mesmo pranto quando chora: Faze-nos voltar, ó Deus; faze resplandecer o Teu rosto.
    Sim, faze-me voltar de minhas distrações aos jaboques da dedicação exclusiva.
    Faze-me voltar dos brilhos temporais, paixões modernas, para o resplendor de Tua face.
    Faze-me voltar dos desvios que me levam para mim e aos meus, na mesma distância que me afastam de Ti e dos Teus.
    Faze-me voltar de minhas emoções para a paixão do Teu Nome.
    Faze-me voltar da diversão e do ruído, da azáfama e do desinteresse; das filosofias e do liberalismo insípido para a contemplação e o silêncio.
    Faze-me voltar de mim para Ti.

                Pastor Cleber Alho

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A PESSOALIDADE DE DEUS

Gostaria de convidá-lo a fazer uma ligeira leitura no salmo 103.
Neste salmo quero destacar uns pontos que entendo centrais na inspiração recebida pelo salmista:

1-    Ele é movido à adoração e apela ao seu centro sensitivo, o centro de suas emoções, pelo que as lentes de sua fé lhe passam como sua visão da Pessoa de Deus. É o que podemos ler nos versos 1 e 2. Ele se coloca assim como o adorador principal, para então conclamar outros a esse mesmo exercício entusiasmado, conforme mostram os versos 20 a 22. Desta maneira temos na sua experiência uma lição significativa para nossa função de adoradores admirados: podemos conclamar outros à adoração a partir da visão que emerge de nossa experiência pessoal, o que se pode traduzir por autoridade experiencial.
Mas o que ele vê nessa pessoalidade divina? Então temos um segundo ponto central:

2-    Os atos de Deus diretamente comprometidos com o adorador:

- perdão de pecados (v.3);
- a cura de enfermidades (v.3);
- livramento em situações extremas(v.4);
- assistência afetiva (v.4);
- concessões benéficas no dia a dia (v.5);
- participação nas demandas cotidianas (v.6).
- As características personais de Deus:
- compaixão e misericórdia (v.8);
- paciência amorosa (v.8);
-benevolência, invariabilidade de amor (v.9);
-misericórdia (v.10);
- compreensão amorosa (vv.11 e 12);
- afetividade paterna (v.13);
- comprometimento paterno (v.14).

    Tudo isso é muito bom de se ver em Deus e todos os crentes concordam com o salmista quanto a esses valores e feitos divinos a nosso favor, que é o que dEle nossa fé espera. Mas também é fato que, nem sempre nossa alma consegue corresponder a essa convocação adoradora, porque vezes há em que parece ficar difícil “não esquecer nenhum dos Seus benefícios”, pois vivemos momentos em que os céus parecem fechar-se ao nosso clamor, ainda que insistamos, ou se se abre, não se nos apresenta favorável quanto à resposta que esperamos. São aqueles momentos em que estamos mais prontos a dizer, contrariamente ao salmista, que Ele, Deus, não nos resgata a vida da sepultura, ou não nos “enche” de bens, nem renova nossa juventude, nem nos coroa de bondade. São momentos em que parecemos perplexos ante o que nos sugere ausência de compaixão e misericórdia. Momentos em que suspeitamos estar Deus trazendo nossos pecados à Sua memória, pois pelo menos à nossa eles retornam e incomodam, desconfortavelmente.

    Esses são momentos para os quais Satanás já tem adestrado o seu exército de perturbadores da paz, e não me refiro a demônios. Antes, penso nos pseudo-evangélicos que cercam a grei do Senhor formando duas fileiras de opressão: de um lado os que gritam que tais desventuras denunciam o fracasso de nossa fé em “confessar a vitória”, e os outros, do outro lado, mais “inteligentes” e filosoficamente adestrados, os novos filhos da “teologia relacional”, que vêm a público para nos dizer que Deus não Se ocupa pessoalmente com o crente nem tem controle sobre as circunstâncias de nossa vida, especialmente do nosso futuro que surpreende até mesmo a Ele, uma vez que esse futuro somos nós e os que concorrem conosco ou contra nós, que o construímos conforme os ditames de nossas livres escolhas, porque somos “libertários”. Com isso, tanto uma fileira quanto outra está dando tiros no que nossa fé insiste em confessar: a soberania indiscutível de Deus.

    Caem em abismos sem volta todos os que pretendem “entender a mente do Senhor”. Esquecem ou não aceitam a verdade que Paulo, apóstolo, proclamou altissonantemente: “...Quão insondáveis são os Seus juízos e inescrutáveis os Seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi Seu conselheiro?” (Romanos 11: 33 e 34).

    O fato de termos nEle um Soberano Senhor, que tem o domínio em Suas mãos conforme declarou o salmista neste salmo de nossa meditação; um Soberano Senhor cujos “pensamentos são mais altos que os nossos”, que é incompreensível; cujo poder, amor e paz estão além do nosso entendimento, isto, este fato, é o que nos surpreende e nos dobra como adoradores admirados.

    Todos os que tentam entender e explicar Deus,  caem no absurdo de tentarem controlá-Lo, o que os tornaria maiores que Deus, exatamente como a serpente pretendeu e inoculou na mente de Eva, nos primórdios da Criação.

    Na verdade, os que apregoam que Deus Se curva aos ditames de nossa fé, vertidos em oração, estão diretamente implicados com a heresia de pretender que seja Deus menor que a fé que Lhe faz exigências.

    Então, vemos o terceiro ponto central do salmista, que o faz adorar admirado:

3 -  é quando a partir da ótica divina ele se vê:
    - como somos formados (v.14);
    - apenas um pó (v.14);
    - semelhantes à relva, fugidios, frágeis, perecíveis em todo o nosso ínfimo poder (vv.15 e 16).

Isto gera:
    - consciência de dependência ativa, em Deus;
    - necessidade de compensar-nos na suficiência divina;
    - condição para calar diante de Seus atos; colocar a mão na boca e ficar em silêncio aguardando a resposta do Senhor.
Mais: Penso que esta consciência de fragilidade e temporalidade humana, habilita-nos a nos deixarmos absorver pela incompreensível eternidade de Deus movidos por profunda gratidão. Essa eternidade inclui o “mais tarde” ou “depois”, de que falou Jesus a Pedro: “O que faço, não compreendes agora; mais tarde, porém, entenderás” ( João 13:7).

Com carinho,
Pr. Cleber Alho