Disse
o Senhor a Moisés: " Ordene aos israelitas que
lhe tragam azeite puro de oliva batida para as lâmpadas,
para que fiquem sempre acesas. Na Tenda do Encontro, do lado de fora do véu
que esconde as tábuas da aliança,
Arão manterá as lâmpadas
continuamente acesas diante do SENHOR, desde o entardecer até
a manhã seguinte. Este é
um decreto perpétuo para as suas gerações.
Mantenha sempre em ordem as lâmpadas no candelabro de ouro puro
perante o Senhor. - Levítico 24:1-4.
Vocês
são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída
sobre um monte. E, também, ninguém
acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário,
coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão
na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as
suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que
está nos céus. - Mateus 5:14-16.
Prefiro
pensar nessa luz, que Jesus nos atribui, como as lâmpadas
do Candelabro no Tabernáculo.
Jesus
nos declarou como sendo luz. Não como aqueles que têm
luz para si mesmos, mas luz para trevas exteriores, por isso entendo como lâmpadas.
E é exatamente nesta direção que aponta o apóstolo
dos gentios quando intensifica o conceito em Mateus 5:14 chamando-nos de
luzeiros, em Filipenses 2:15 - ... que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis,
filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração
corrompida e depravada, na qual vocês brilham como luzeiros... Observa-se
que a finalidade dos luzeiros é brilhar em meio às
trevas exteriores. Apontando como uma experiência e necessidade para fora de nós
e a partir de nós, Jesus manda que a nossa luz brilhe
diante de seres humanos, na interação com as pessoas. Isto estabelece
também que não fomos postos como captadores de luz
a nosso próprio favor. Antes, estabelecidos para iluminar em nosso
entorno.
Deus
determinou em Isaías 49:6 o propósito
dessa luz em nós, crentes em Seu Filho Jesus
Cristo: ...farei de você uma
luz para os gentios para que você leve a minha salvação
até os confins da terra.
Falando
a respeito de seu próprio chamado, Paulo confirma esse propósito,
quando discursa perante o rei Agripa: ...para abrir-lhes os olhos e convertê-los
e das trevas para a luz, e do poder de Satanás para
Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança
entre os que são santificados pela fé
em mim. - Atos 27:18.
E a
declaração de que somos luz não é estabelecimento teórico,
mas funcional: "que brilhe a luz
diante dos homens, de tal maneira que eles vejam as boas obras de vocês
e entendam sua origem divina, dando glória a Deus". Penso que tais
obras convencem por sua performance, como procedentes de Deus. Para ilustrar
sua afirmação de que quando somos doadores, mais nos parecemos com
Deus, Charles Swindoll, em seu famoso livro, " Eu, um servo?" narrou
a história de um soldado americano incógnito
que numa manhã fria do pós
guerra, na Berlim devastada pelas tropas aliadas em maio de 1945, estava
passando por uma padaria ainda de pé e funcionando, no momento em que o
padeiro expunha por dentro da vitrine uns pãezinhos fumegantes recém
tirados do forno. Quando vai entrando para comprar seu lanche, percebe um
menino maltrapilho, dos órfãos recentes da guerra, olhando
fixamente para os pães, com cara de fome. Então
ele entra, compra alguns, e quando sai os entrega ao garoto, que ato contínuo
sai atrás dele, puxa-o pela farda e pergunta: " Moço.
O senhor é Deus?"
Quando
deixamos a luz em nós plantada pelo Espírito
do Deus de graça e misericórdia
brilhar em meio às trevas do egoísmo e
maldade humanos que nos cerca, ela revela a origem que contrasta em essência
e forma com o curso natural que marca as vidas com as quais esbarramos.
Mas a
funcionalidade desse caráter, natureza cristã,
testemunho, em outras palavras, exige alguns critérios que por analogia poderemos
perceber no texto de Levítico 24 acima. Nesse texto, é
possível pensarmos em nós mesmos como aquelas lâmpadas
atreladas ao grande candelabro divino, que é o Senhor Jesus. Ele disse de Si
mesmo: " Eu sou a luz do mundo".
Primeiramente,
em Levítico 24:2 lemos sobre a alimentação
das lâmpadas. A ordem dizia que as lâmpadas
deveriam estar acesas continuamente ( como um farol que não
pode apagar ). A alimentação dessas lâmpadas
seria feita com azeite puro, batido. Dentro das figurações próprias
à Tipologia bíblica, podemos entender como
testemunho autêntico, e é Jesus
quem nos mostra isso ao ensinar a parábola das dez virgens, em Mateus 25,
quando alude às cinco imprudentes que não
traziam azeite em suas lâmpadas e por isso, ainda que comprometidas
com o noivo, ficaram fora das bodas por estarem despreparadas. Outro tanto,
podemos entender o azeite como símbolo do Espírito
Santo de Deus na manutenção e eficácia da
vida cristã. Em outras palavras, o Espírito precisa estar atuante e não
apagado em nosso devir, como o azeite alimentador da lâmpada.
Isso fala de autenticidade de novo nascimento, natureza mudada e poder de Deus
que torna o testemunho eficaz.
Depois
temos no verso 3 do mesmo texto o serviço das lâmpadas.
Elas teriam de brilhar do lado de fora. Exatamente como Jesus orientou quanto
ao fulgor das nossas luzes: "diante dos homens, para que vejam..."
Como também lembra Paulo ao dizer: "luzeiros no mundo". São
lâmpadas postas a brilhar exatamente quando as trevas surgem -
" da tarde até pela manhã".
De acordo com o antigo sistema judaico das horas, das seis da tarde às
seis da manhã. Nossa luz diante da resplandecente
estrela da manhã, se ofusca, por mais brilhante que
seja, por isso é diante dos homens, opacas
luminosidades, e para eles, que deve brilhar. Sabemos de alguns que acabam
tirando suas lâmpadas do velador, omitindo ou
obscurecendo o testemunho, ou noutro extremo, fazendo parecer que a vida de
Deus na qual crêem seja virtude pessoal adquirida.
Por último,
vemos no verso 4 a posição das lâmpadas.
Refiro-me agora à sua posição não
de serviço, mas de base, localização a partir da qual emitem luz. Em
termos de analogia isso aponta para origem e dependência.
Segundo o texto referido as lâmpadas têm que estar no candelabro. É
por meio dele que o azeite flui. Nosso candelabro é
Jesus, como já foi dito, portanto somos lâmpadas
atadas ao candelabro de tal forma que embora saia por elas a luz, o brilho é
dele. Afinal, quem é visto é Ele, fazendo escoar Sua luz através
de todas as lâmpadas. Por isso não
pode haver lâmpada apagada nesse Candelabro.
Portanto,
faz-se pertinente considerar aqui duas palavras finais: nossa luz tem que brilhar! Jesus afirmou também:
...portanto, caso a luz que há em ti sejam trevas, que grandes
trevas serão! -Mateus 6:23. Como o grande
desconforto que se instala com o apagar repentino de um grande clarão.
E também:
se você se sente apagando, luz bruxuleante, fraca, como um pavio
apenas fumegante, no qual a luz não mais resplandece, é
possível que falte oxigenação ou falte o fluir do azeite que
alimentará a luz. Corra para Ele. Deixe-se encher do óleo
do Espírito. Você ainda é lâmpada atada ao Candelabro. Lembre que
o profeta disse que Ele, " não apagará o pavio que fumega"- Isaías
42:3. Ele ainda crê que pode acender de novo.
Pr.
Cleber Alho.
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